terça-feira, 4 de outubro de 2011

TEOLOGIA DA UNICIDADE DE DEUS (4)



DIFERENÇA ENTRE UNICISTAS E UNITARISTAS A

Crer na Unicidade de Deus é a convicção de que Deus Supremo é UNO, Único, Ímpar e Eterno...

A Doutrina da Unicidade de Deus é a convicção de que Deus Supremo é Uno, Único, Ímpar e Eterno... e que Ele é o Criador deste Universo e ninguém se Lhe associa - isto é, não tem parceiro, nem outro igual, como não tem pai, nem mãe, nem esposa - pois Ele é a procedência da criação, a razão das dores e a motivação dos princípios, como é, a Ele se aplicam as magníficas qualidades e os atributos mais sublimes, porque Ele é o Sapientíssimo, o Prudentíssimo, o Poderosíssimo e o Imortal... Ele é o Misericordioso, o Eqüitativo, o Generosíssimo, o Influente, o Grande e o Altíssimo! Em Suas mãos está o bem e tudo Ele pode... Ele é o Único e é o Supremo que cria e dispõe, faz viver e faz morrer e destina os mortos às moradas merecidas... e ninguém possui a capacidade de efetivar as Suas realizações ou se associar às Suas decisões - e não existe divindade além d'Ele - e a evidência disto, é o que nos rodeia em pistas e vestígios sobre a Sua Magnitude, e minuciosidade de Sua constituição universal. Aliás, tudo que existe no Universo, lembra Deus Supremo Glorificado! Enfim, se o ser humano olhar para sí mesmo, já lhe bastaria crer na Unicidade de Deus!

Se passarmos a meditar sobre a imensidão do Universo, verificaremos que tudo que há nele são os próprios vestígios de Deus, porque se houvesse outra divindade além de Deus Supremo, teríamos sem dúvida, outros rastros (Is. 42:8; 43:10; 44:6, 8; 45:5, 18, 21; 46:9 e refs.).

A Diferença entre Unicistas e Unitaristas

Os Unicistas pregam Deus Único, revelado ao mundo no corpo humano de Jesus Cristo – e é o que a Bíblia Sagrada nos ensina: 1) “No princípio era o Verbo (a Palavra), e a o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele (o Verbo), e sem Ele nada do que foi feito se fez. E o Verbo (a Palavra) se fez carne, e habitou entre nós...” (João 1:1, 3, 14); 2) “Eu e o Pai somos UM” (João 10:30). 3) “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:6-10). 4) “Ora, a vida eterna é: que conheçam a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo (isto é, que O reconheçam em Jesus Cristo) a quem enviaste” (João 17:3) 5) “Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo” (2Co. 5:19). 6) “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus (ou sendo a forma visível de Deus), não teve por usurpação (não gloriou-se) ser igual a Deus...” Fl. 2:5-11). 7) “Eis que um menino nos nasceu, um Filho se nos deu; o principado (o governo) está sobre os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da eternidade, Príncipe da Paz” (Is. 9:6) 8) “Eis que o mesmo Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e o seu nome será Emanuel – Deus conosco” (Is. 7:14).

Enquanto que os Unitaristas (Miguel Servet, Século XVI), argumentam que o unitarismo teria seu início com o próprio Jesus, que, defendem, tinha consciência de ser simplesmente um homem enviado de Deus ao Mundo para transmitir Sua vontade, sem, todavia, ser divino, nem compartilhando da natureza do Pai. Tais ensinamentos tendem a um cristianismo judaizado, pois assim entendem até hoje os judeus, que Jesus Cristo foi simplesmente um Profeta.

Miguel Servet e as primeiras Igrejas Unitárias

Ao iniciar-se a Reforma Protestante no século XVI, numerosos intelectuais começaram a publicar seus próprios pontos de vista acerca da doutrina cristã, sem esperar o beneplácito de Roma, dentro do espírito protestante de livre exame da Bíblia. Um destes foi Miguel Servet, médico e teólogo espanhol. Em seus livros De Trinitatis Erroribus (1531), Dialogorum de Trinitate (1532) e Christianismi Restitutio' (1553), questionou a base bíblica e racional da doutrina trinitária. Suas opiniões heterodoxas e sua liberdade de espírito, fizeram-no ser perseguido como herege pela Inquisição. Em Genebra foi preso pelos seguidores de Calvino e condenado a morrer na fogueira por negar a Trindade e condenar o batismo infantil (27 de outubro de 1553);

Dado que a palavra e o conceito de Trindade, tal como se entende no sentido cristão, não constam no Novo Testamento, os unitários argumentam que o unitarismo teria seu início com o próprio Jesus, que, defendem, tinha consciência de ser simplesmente um homem enviado de Deus ao Mundo para transmitir Sua vontate, sem, todavia, ser divino, nem compartilhando da natureza do Pai. Ao longo dos três primeiros séculos do cristianismo aparecem diversos autores que afirmam a natureza "mais que humana" de Cristo e atribuem-lhe um caráter divino, ou semidivino, como filho de Deus. Os subordinacionistas afirmavam que o Filho estava subordinado ao Pai e submetido a sua vontade, enquanto que outros pensadores cristãos começavam a trabalhar com a idéia do caráter divino de Jesus Cristo e sua identificação com a Divindade. Em outro extremo se situavam os que identificavam totalmente o Pai ao Filho, entendendo que o Pai também havia sofrido e morto na cruz (patripassianismo) e que Pai, Filho e Espírito Santo, não eram mais que modalidades ou manifestações de uma única realidade divina (Sabelianismo ou modalismo). O primeiro a utilizar a palavra "Trindade" foi Tertuliano

Servet influenciou vários de seus contemporâneos. O estudioso lituano Piotr de Goniadz admitiu a validade de seus argumentos e convenceu uma parte da nascente Igreja Calvinista da Polônia, que formou a chamada Igreja Reformada Menor, mais conhecida como Irmãos Poloneses sobre os postulador antitrinitários. De outra parte, o reformado liberal Sebastião Castellio reprovou duramente Calvino sua intolerância e seus fanatismo e proclamou a liberdade de consciência em assuntos de fé, um princípio que logo foi postulado pela tradição Unitária.

Alguns anos depois, o reformador humanista italiano Fauto Sozzini (1539-1604) desenvolveu sua própria obra teológica, marcada pelo antitrinitarianismo e o uso da racionalidade. Para Sozzini, a religião evocava questões que estavam "além da razão" (contra rationem), pelo que os credos deviam concordar com a razão humana. Sozzini encontrou refúgio na Polônia, onde foi recebido pelos Irmãos Poloneses, onde nunca chegou a ser membro oficial do grupo, por negar-se a ser batizado de novo. Na cidade de Rakow, próximo à Cracóvia, os Irmãos Poloneses desenvolveram um grande centro de estudos que atraiu numerosos eruditos e intelectuais de diferentes países.

Em 1605, um ano depois da morte de Sozzini, os sozzinianos da Igreja Menor publicaram o Catecismo Racoviano, resumo das doutrinas de seus mestre e que teve uma grande influência nos anos posteriores na Alemanha, nos Países Baixos e na Inglaterra. A Igreja Reformada Menor desapareceu em 1640 pela crescente intolerância na Polônia em decorrência do início da contra-reforma.

Entretanto, o reformado húngaro Ferenc Dávid havia abandonado o Calvinismo para pregar o Cristianismo Unitário na Transilvânia (região que atualmente se encontra na Romênia), influenciado pelo médico italiano Giorgio Blandrata, seguidor das idéias de Servet. O rei João Sigmundo da Transilvânia aceitou o unitarismo e ditou o primeiro Edito de Tolerância religiosa da história moderna da Europa, em 1568, para permitir a livre prática religiosa em seu país, incluindo o Catolicismo. Este status especial perdurou, com dificuldades por conta da invasão da Transilvânia pela Áustria século XVIII e o domínio mais ou menos efetivo do Império

Áustria -Húngaro e, posteriormente...

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